
Reprodução de Imagem: Canal Rural
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por meio do Núcleo Geoambiental (Nugeo), divulgou nesta semana o Boletim Climático para os meses de março a maio de 2025, trazendo previsões detalhadas sobre as condições climáticas na região Nordeste do Brasil. Entre os principais pontos, destaca-se a expectativa de chuvas acima da média para a região Norte do Maranhão e o extremo Noroeste do Piauí.
Segundo o boletim, as chuvas no período de março a maio de 2025 devem ser variáveis ao longo do Nordeste. A maior parte da região Norte do Maranhão, além de áreas do centro-norte do Piauí, devem registrar precipitações acima da média histórica, o que pode beneficiar a agricultura dessas regiões. Por outro lado, a expectativa é de chuvas dentro da faixa normal para áreas que vão do centro do Maranhão até o Recôncavo Baiano, além de estados como Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Já em outras partes do Nordeste, como em algumas áreas da Bahia, Sergipe e Pernambuco, a previsão é de chuvas abaixo da média climatológica, o que pode prejudicar a produção agrícola local.
Em relação às temperaturas, o boletim aponta que o trimestre de março a maio deve registrar médias acima da média histórica em toda a região Nordeste. Em particular, espera-se um aumento significativo das temperaturas no interior da Bahia, Piauí e Pernambuco, onde os termômetros podem alcançar até 34°C, principalmente em áreas do semiárido nordestino, como as cidades de Pão de Açúcar e Piranhas, em Alagoas.
Previsão para os próximos 30 dias
A previsão para os próximos 30 dias também foi detalhada no boletim. Para esse período, espera-se que o norte da região Nordeste, incluindo Maranhão, centro-norte do Piauí, e porções da Paraíba e Pernambuco, receba chuvas acima da média. Em contrapartida, o sul da Bahia, o centro-oeste de Pernambuco, Alagoas e Sergipe devem registrar chuvas abaixo da média, com acumulados que podem chegar a até 60 mm a menos do que o normal.
Fenômeno El Niño-Oscilação Sul e La Niña
Outro fator importante que pode influenciar o clima da região é o fenômeno de La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Embora ainda haja divergências entre alguns modelos climáticos, a previsão aponta uma probabilidade de 50% a 64% de que o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) se estabeleça durante o período de março a maio de 2025. Esse fenômeno pode afetar diretamente as chuvas e as temperaturas no Nordeste, tornando o clima mais imprevisível e sujeito a mudanças rápidas.
Histórico de chuvas e temperaturas
Historicamente, o noroeste do Maranhão é uma das áreas que registra os maiores acumulados de chuvas durante o trimestre MAM, com totais que podem ultrapassar os 1200 mm. Já nas regiões semiáridas da Bahia, como Irecê e Carinhanha, a precipitação costuma ser bem abaixo da média, com baixos índices pluviométricos.
Nas capitais, Fortaleza (CE) e São Luís (MA) devem registrar chuvas superiores a 900 mm durante o período. Em relação às temperaturas, a previsão é de que o interior da Bahia e o semiárido nordestino experimentem picos de até 34°C, impactando diretamente a qualidade de vida e a produção agrícola dessas áreas.
Impactos e preparações necessárias
De forma geral, o boletim climático aponta para chuvas irregulares em todo o Nordeste, com destaque para a região norte do Maranhão, que deve receber chuvas superiores à média. As altas temperaturas também representam um desafio para a agricultura e o cotidiano das populações vulneráveis. Por isso, é fundamental que as autoridades e a população se preparem para eventuais impactos, adotando estratégias de mitigação e adaptação ao clima irregular.
O estudo foi desenvolvido com base em uma reunião de análise climática coordenada pela EMPARN/RN, com a participação dos Centros Estaduais de Meteorologia do Nordeste. As previsões foram realizadas a partir de modelos climáticos avançados fornecidos por instituições como CPTEC/INPE, INMET, FUNCEME e outros centros de pesquisa meteorológica.
Texto base: O Imparcial